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Projeto "Pitomba's World" pode revolucionar o combate ao desperdício de alimentos

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Em meio aos corredores e salas de aulas do Colégio Militar do Recife, um grupo de alunas se destaca não apenas por seu entusiasmo acadêmico, mas também por seu compromisso em resolver um dos problemas mais prementes da sociedade: o desperdício de alimentos.

Ana Júlia Morais Santos Leite, Letícia Araújo Saraiva e Maria Laura de Oliveira Silva, do 3º ano do Ensino Médio, têm trabalhado arduamente em um projeto inovador que poderá revolucionar a forma como encaramos o processo de deterioração dos alimentos.

O projeto "Pitomba's World", nomeado em homenagem à fruta nativa da região, surgiu da observação perspicaz das alunas sobre o grande desperdício de partes não comestíveis da pitomba durante a tradicional Festa da Pitomba em Pernambuco. Motivadas a encontrar soluções para reduzir esse problema, elas decidiram investigar o potencial da folha da pitomba, até então subutilizada, para retardar o amadurecimento de alimentos.

Motivação

A aluna Letícia Araújo conta que a ideia surgiu quando elas perceberam o grande desperdício da cidade em que moram. “Fomos à Festa da Pitomba, onde observamos o descarte de partes não comestíveis da fruta. Decidimos explorar o potencial antioxidante da folha da pitomba, uma matéria-prima de fácil acesso e até então inexplorada", explica Letícia.

O que começou como uma investigação curricular rapidamente se transformou em um projeto ambicioso. As alunas conduziram uma série de testes laboratoriais que confirmaram o potencial antioxidante da folha da pitomba. Mais do que isso, descobriram que o extrato derivado desse recurso poderia ser uma alternativa segura e eficaz aos conservantes tradicionais, muitos dos quais apresentam riscos à saúde.

"Os extratos aplicados em bananas e sementes de coentro se mostram capazes de retardar o apodrecimento e a germinação, comprovando a eficácia do extrato. Há diversos conservantes sendo usados atualmente, entretanto, diversos deles causam muitos danos à saúde. Os extratos da pitomba não apresentam riscos à saúde, conforme observado em nossos testes", enfatiza a aluna Ana Júlia.

Baixo custo e eficácia

Uma das características mais impressionantes do projeto é seu baixo custo e alta acessibilidade. De forma a se tornar viável, o projeto criou um extrato caseiro que, com apenas R$ 12, é possível obter cerca de dois litros (2L) do extrato.

As alunas desenvolveram um método de produção de extrato caseiro que pode ser facilmente replicado com materiais simples e acessíveis. A aluna Maria Laura ressalta que o extrato do projeto delas se destaca justamente pela facilidade de produção do extrato caseiro, que pode não apenas ser comercializado, mas também fabricado pelos próprios consumidores a custo baixo.

O potencial impacto do projeto vai além da redução do desperdício de alimentos. As alunas estão comprometidas em conduzir testes adicionais para avaliar o impacto ambiental do extrato, bem como sua aceitação e segurança para consumo humano.

Com planos de submeter o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa e iniciar o processo de patenteamento do produto, o "Pitomba' World" está pavimentando o caminho para uma solução sustentável e inovadora no combate ao desperdício de alimentos.

Iniciativa que transforma

Ao olharmos para o futuro, vemos não apenas um projeto científico promissor, mas uma iniciativa que poderá transformar vidas e comunidades.

O "Pitomba's World" não busca apenas reduzir o desperdício de alimentos, mas também contribuir para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente no que diz respeito à erradicação da fome e à promoção da sustentabilidade ambiental.

Com um grupo determinado de jovens líderes à frente, o projeto "Pitomba's World" representa a esperança de um futuro mais consciente, mais saudável e mais sustentável para todos.

Além disso, o projeto está na fase final da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), que acontece entre os dias 18 e 22 de março, na Universidade de São Paulo (USP).

“O uso do extrato da folha da pitombeira é algo promissor para a comunidade científica e para sociedade, uma vez que os resultados comprovaram eficácia no processo de retardar o amadurecimento do alimento perecível. Isto para a sociedade é um retorno significativo, principalmente no que se refere ao desperdício dos alimentos. Esperamos que, com essa nova aplicabilidade, possamos contribuir para reduzir a insuficiência alimentar, além de utilizar esse extrato no controle de ervas daninhas”, reforça a professora Patricia Campos, orientadora do projeto.

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Fonte: ComSoc DEPA.

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