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Aproveitando o poder do coco para a limpeza das águas

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Motivação

No cenário atual, a preocupação com os microcontaminantes de emergência, também conhecidos como Contaminants of Emerging Concern - CECs, tem crescido significativamente.

Esses componentes, detectados recentemente em nossas águas superficiais, levantam sérias preocupações devido aos danos que podem causar tanto aos seres humanos quanto ao ecossistema aquático.

No entanto, as tecnologias atualmente em uso para o tratamento da água parecem insuficientes para lidar com esses contaminantes, e segundo especialistas, não existe legislação que defina uma concentração máxima aceitável desses componentes nos efluentes.

Mas e se houvesse uma solução à nossa disposição, não apenas para mitigar esse problema, mas também para aproveitar um recurso natural abundante que frequentemente é subutilizado?

Aqui no Brasil, onde somos abençoados com uma produção estimada de aproximadamente 4,5 milhões de cocos por dia, essa solução pode estar mais próxima do que imaginamos. Sim, estamos falando do humilde coco e seu potencial não apenas como alimento, mas também como um aliado valioso na limpeza das nossas águas.

Descoberta Valiosa

O projeto “Uso do carvão de coco obtido por micro-ondas para adsorção de fármacos”, dos alunos Henrique Nogueira, Desmolins, e Navarro, e do orientador, professor José Antônio, do Colégio Militar de Belo Horizonte, propõe o aproveitamento do coco como uma alternativa ao desperdício, utilizando o processo de micro-ondas para transformá-lo em carvão ativado.

Este carvão, objeto de pesquisa neste estudo, tem uma propriedade especialmente valiosa: sua capacidade de adsorver uma variedade de substâncias, incluindo fármacos e outros poluentes orgânicos encontrados em nossas águas.

Mas como funciona esse processo de transformação? A resposta está na tecnologia de micro-ondas.

“Por meio dela, o coco é submetido a um processo de pirólise rápida em uma atmosfera controlada de vapor, resultando na formação de uma estrutura porosa com uma área superficial impressionante. Esta estrutura porosa é o que torna o carvão de coco tão eficaz na adsorção de substâncias indesejadas, agindo como uma esponja para limpar nossas águas contaminadas”, explica o orientador José Antônio.

E as vantagens não param por aí. Além de ser uma solução eficaz, o processo de micro-ondas é rápido, eficiente energeticamente e relativamente econômico em comparação com outros métodos de produção de carvão ativado. Isso significa não apenas uma solução ambientalmente amigável, mas também uma que seja viável economicamente em grande escala.

Iniciativa que transforma

E que está por vir? Estudos adicionais são necessários para otimizar os parâmetros de adsorção, como pH, tempo de contato e concentração de adsorvato, a fim de garantir a eficácia máxima do carvão de coco. Além disso, a capacidade de regeneração do adsorvente também precisa ser avaliada, permitindo sua reutilização e tornando o processo ainda mais sustentável.

Em resumo, o coco pode ser mais do que apenas uma fruta saborosa ou uma fonte de água refrescante. Pode ser a chave para limpar nossas águas e proteger tanto nossa saúde quanto o meio ambiente.

O trabalho dos alunos do Colégio Militar de Belo Horizonte é um dos finalistas na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), que acontece entre os dias 18 e 22 de março, na Universidade de São Paulo (USP), e também conta com o apoio do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental ( DESA/UFMG), através da professora Dra. Camila Amorim e do professor Dr. Thiago Neves, do doutorando Fernando Rodrigues e da empresa Innovatus Brasil, representada pelo professor Dr. Marcos Machado.

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Fonte: ComSoc DEPA.

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